quarta-feira, 22 de julho de 2020

Por falar em comida ...!



Acontece-me várias vezes, quase sempre senão sempre, esta vontade de comer imensamente quando tenho uma ideia ou vejo coisas que me dão vontade de escrever, desenhar, fotografar ou o que quer que seja. Não consigo bem entender porquê, e para fugir a isso – não que tenha problemas em comer mas tenho em só comer – saio de casa para fazer coisas com a ideia que vou pensar nessas coisas enquanto me desloco a outro sítio longe deste cheio de comida e internet. Há ideias, são várias, um pouco perdidas, mas, na minha cabeça, com pés corpo e cabeça e super hyper bem estruturados. Na minha cabeça. Esta minha cabeça que faz parte deste corpo que em parceria com ela vai trabalhando e tendo dificuldades de não o fazer, pois esta inventa mais coisas que, apesar de super hyper estruturadas, vão-se acomulando umas às outras turvando as que vão sobrepondo, e estas, quanto mais e mais turvas, mais vontade me dão de sair de casa pois na verdade dão-me vontade de comer mas eu forço-me a querer sair de casa. Estas ideias são-me claras. Os projetos, a vontade de os concretizar e de como os quero experienciar é quase nítida na minha cabeça, é quase como se soubesse o que quero que isso vai ser mesmo sabendo que aquilo que mais anseio e é por isso que o faço é que isto se desvie daquilo que pensava que seria, para ser, mesmo que não muito diferente, diferente daquilo que eu esperava. Então, revela-se que o mais importante são as rasteiras e maneiras – desculpas – de se entamar (abec) tempo a não fazer as coisas que… que se deveriam fazer? Que quero fazer? Sabes, aquilo que me desvia daquilo que sinto que sei mas não o entendo é que isto é ligado ao lazer e ao ócio. Não que não o posso ser, mas não é. E sabes porque é que não é? Porque se o for – pode ser se tu assim o quiseres – se o for então tudo é lazer e ócio, porque isto é tudo, isto é cabeça que não vive sem corpo e este tem pés e uma cabeça também, e isso porque separar, separar meu amigo, separar serve para separar aquilo que é um só – mesmo que completo por vários – e não de outra forma existe. Se existe é pra ti, tu que não és eu, e eu, eu sou todo, tu não mas eu não sou tu, e apesar de seres aquilo que és n’um todo, eu ao contrário de ti não vivo sempre contigo e por isso só te conheço às migalhas. Mas não é por te conhecer às migalhas que acho que és feito de migalhas. És queijo e doce, és alface e maionese, e se as tuas migalhas não me mostram isso a mim, nem a ti precisam de o mostrar, porque tu, tu que moras contigo o tempo todo, sabes o que vais colocando dentro da sandes.

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