quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Plavras sobre o primeiro ano, dezanove depois dos seis já aqui vividos !


(Não são apenas ideias não realizadas, são sobre a minha metodologia de pensamento, esta que me incapacita de viver o presente, e, sobre a minha masterizada arte de levar o paradoxo e as batalhas interiores a desculparem o acima sucedido com a visão crítica que posso eventualmente pensar ter.)
Dezanove anos depois, um ano em França. A partir de hoje (12/10/19) é; dezanove anos depois, dois anos em França. Este segundo ano dedicou-se/virou-se muito para o primeiro. Este objeto que se apresenta como um livro é o resultado desta dança entre o passado e o presente que se foi arquivando por estas páginas bem ditas. Bem ditas porque são, ao contrário do primeiro ano, concretas (apesar de muito turbulentas). Essa concretude deve-se muito às palavras que, colando-se umas às outras no papel, dizem. Ao longo deste segundo ano fui dizendo-me muitas coisas, censurando, renegando, concordando e desdenhando muitas delas que, ao olhar para o ano passado, se instalaram ao longo destas páginas. Nem sempre é fácil dedicar tempo ao que já lá vai, mas percebi ao longo deste processo aqui descrito, que o que "já lá vai" ainda aqui está e não deixará de estar. Este objeto (trecho) utiliza-se e apresenta-se como uma âncora/migalhas de pão que me ajudam/ajudarão a encontrar o caminho de volta para casa. (A ideia de casa é, para mim, oposta a este grande mamarracho inerte e pesado que têm paredes, chão, janelas e telhado. A minha casa também não tem hino! A casa mexe-se, e , apesar de se mexer, também é abrigo. Esta ideia orgânica deve-se muito ao facto de ter sido/ser/sentir/sentir-me estrangeiro durante grande parte da minha vida. Ser-se estrangeiro é assim a melhor maneira de ter uma ideia de casa). Não é por ser estrangeiro que não estou em casa, mas a casa não se define, vai-se definindo.
Li ontem pela primeira vez este texto (19 anos depois, um ano em França) de uma lofada só. Apercebi-me que ao contrário daquilo que eu andava a pensar ao longo da sua contrução, este projeto não concluí nada, apenas introduz, e isso deixou-me bastante aliviado. Isto sou eu, fui eu e assim espero sê-lo. Algo de pouco conreto que por este cambaliamento se vai encontrando aos poucos em sítios desconhecidos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

19 anos depois, um ano em França !











 




(English)
19 Anos depois, um ano em França !
I've dedicated this last year working in this project. This is a book/archive/portfolio/diary that gathers works and thoughts from my first year, nineteen years after the six that I spent, here, in France.  After being confronted with this anniversary, the question quickly haunted me: What did you did this first year in France? The second year dedicated itself to try to find an answer to this question.
With 176 pages, one CD with one hour and 15 minutes of lovely background music to follow the lecture, one outside A3 cover with a lovely image and a poem, one sheet of stickers, some photos by me and Fouineur Dartagnan, drawings by me and João Gastão, some texts by me and Miguel Simpson, this object gathers some day by day questions and thoughts about what surrounds me/you/us!
Most of the book is written in Portuguese, a little part in English and French!
But images are universal!

The Éditions N'importe quoi is doing some good work reusing pieces of paper that we find/look for around us, so this book is mostly printed in discarded paper. Each one of them - all of them will have some differences in terms of the paper - will have a brief description with the source of the paper that constitutes it.  
Thanks to everyone who helped me doing this one, it had been a sweet and tearful experience.

We are selling this book at cost price; 16,5 euros.

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(Français)
19 Anos depois, um ano em França !
J’ai passé la plupart de cette dernière année à travailler sur ce projet. C'est un livre/archive/portfolio/journal qui rassemble des travaux et pensée de la première année, dix-neuf ans après les six vécu ici, en France. Après avoir été confronté à cet anniversaire, la question est une évidence : Qu’as que tu fait cette année en France ?  La deuxième année cest dédiée á essayer d'y répondre.
Avec 176 pages, un CD avec une heure et 15 minutes de musique méditative relaxante pour accompagner la lecture, une couverture A3/poster avec une belle image et un beau poème, une page pleine d'autocollant, quelques photos de moi et mon ami Fouineur Dartagnan, quelques dessins de moi et mon ami João Gastão, quelques textes de moi et mon amie Miguel Simpson, ce livre rassemble quelques questions des choses qui me/te/nous entoure !
La livre est écrit en grande partie en Portugais, une petite partie en Anglais et une autre en Français.
Mais les images sont universelles !

L’Éditions N’importe quoi est en train de faire un bon travail en recyclant  des papiers , ainsi, la plupart de ce livre est imprimé sur du papier mis en rebut. Chacun de ces livres aura une note sur l’origine du papier qui le constitue.
Merci à tout ceux qui m'ont aidé à le réaliser, ça a été un bon et stressant apprentissage.

On vend ce livre à prix de revient : 16,5 euros.

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(Português)
19 Anos depois, um ano em França!
Dediquei grande parte deste último ano a trabalhar neste projeto. Este livro/arquivo/portefólio/diário reúne trabalhos, ideias e pensamentos do meu primeiro ano, dezanove anos depois dos seis já aqui vividos, em França. Depois de ter sido confrontado com este aniversário, a pergunta feita para mim mesmo era/foi óbvia: O que fizeste neste ano aqui em França? O segundo ano desta minha estadia dedicou-se a tentar encontrar uma resposta a esta questão.
Com 176 páginas, um CD com uma hora e quinze minutos de música ambiente para apreciar ao longo da leitura, uma capa exterior A3 com um poema e uma bonita imagem da mala de ferramentas do meu pai que tem vindo a acompanhar as minhas estadias, uma folha cheia de autocolantes, algumas fotos minhas e do meu amigo Fouineur Dartagnan, alguns desenhos meus e do meu amigo João Gastão, alguns textos meus e um do meu amigo Miguel Simpson, este objeto reúne algumas questões do meu/teu/nosso dia-a-dia.
A maior parte do livro está escrito em Português, algumas partes em Francês e outras em Inglês.
Mas as imagens são universais!

A Éditions N’importe quoi tem andado a fazer um bom trabalho a reutilizar pedaços de papel que vamos procurando e encontrando e, graças a este esforço, a maioria deste livro é impresso em papel descartado. Cada um destes livros (eles serão impressos ao longo das encomendas) terá um resumo da origem dos papéis em cada um utilizado.
Obrigado a toda a gente que me ajudou a concretizar este projeto, tem sido um ano cheio de alegria, tardes passadas entre a mediateca e a cafetaria do Ikea, com algumas lágrimas e felicidade e tinta de impressora nos olhos à mistura.


O livro está à venda a preço de custo: 16,5 euros. 






domingo, 3 de novembro de 2019

Atrítos e páginas de 300gm acid free !


É sobre muita coisa. É sempre sobre muita coisa e desde já te peço desculpa mas esta é a minha maneira de ser/pensar/falar e nada posso contra isso. Ou posso mas não quero porque isso nada trará sem ser me facilitar, e aos que me rodeiam, a vida. Infelizmente acho que não estou aqui para facilitar. Dizendo escrevendo esta palavra relembro-me que vim para aqui esbanjar algo e isso surgiu, em parte, no facto de eu me andar a deixar arrastar pelas coisas que vão para além de mim, para além do meu tempo, do meu raciocínio, para além daquilo que eu sou sem grandes atritios. O resumo aproxima-se aos contratempos que existem ente alguém com raiva que tem muita coisa para dizer mas que tenta escrevê-lo com um tipo de letra bonito e bem arranjado. Isso e uma caneta de esfera quase a acabar juntamente com o papel de 300gm acid free que vai engolindo parte da ponta da esfera da caneta não a deixando deslizar como deve de ser.
Voltei a sair dos caris...
A facilidade encontra-se então no polimento de todos os possíveis desniveís que se encontram no caminho entre A e B. A dificuldade encontra-se quando um desses desníveis me tira tempo do caminho que eu ia a percorrer para ter que ir ver tutoriais no youtube para saber como se lhe dá a volta. A verdadeira dificuldade encontra-se para além disso tudo mas isso tudo também cria dificuldades. A dificuldade é a de haver algo a dizer e essa coisa não sair tal qual tu dizes. Tu dizes sempre para ti mesmo antes da dizer mesmo sem sabendo.
Essas muitas coisas tornam-se então numa avalanche de muco que não é algo mas sim coisa. É coisa feita de muitas coisas e se o meu trabalho é/tem que ser sobre algo então é sobre essa muita coisa que é parte de uma maior coisa. A minha é parte do todo, vai-lhe roubando partículas para se alimentar/para me matar, e é o que é sem ser nada desse todo em específico.
Eu não quero saber quem é aquele ou o cloutro só porque estes fizeram isto e aquilo, aquilo que eu sei é aquilo que me toca porque eu só sei aquilo que eu experiencío. A sabedoria é como uma carcassa de ossos que tu vais colecionando dentro das tuas cuecas para mostrares aos outros que estas alí, com a tenda bem armada e preparada para disparar ao próxima que dúvidar daquilo que tu parcialmente sabes sobre um ser que tu nem parcialmente conheceste, viste ou entendeste. A sabedoria é ouca, a coisa é, e sendo, será mais do que o que é e ponto final.
Alguém sabe mexer no Indesign e no Audacity?