domingo, 20 de março de 2016

Com ou sem poesia, a des/construção tem que existir !



O museu transformou-se num espaço oco, sem vida. 
Este repleta-se de uma virtualidade inventada, que nunca existiu. A filosofia deste espaço não dá margem para uma interpretação livre, apenas nos encaminha para um conceito sustentado numa história lúdica de um passado imaginado. 
O museu tornou-se num anti museu (pela negativa).
Numa sociedade como a nossa, onde o medo do desconhecido desespera o cidadão contemporâneo, é criado uma história repleta de ícones, situando-nos assim num mapa com barreiras fictícias que resultam melhor que qualquer parede de betão.  A história é pensada, estudada, virtualmente praticada e imposta no começo das nossas vidas. Pensamos perceber como somos porque "os nossos antepassados também o fizeram". 
O museu tornou-se numa grossa camada de tinta mate por cima de um espelho.

Este espaço tem que ser reinventado, não só pelos artistas, mas por ele mesmo. Aberto ao presente, o museu tem que se metamorfosear constantemente. Se assim não for, acabaremos com este desentendimento e passaremos a chama-los de arquivos. 

Estudo para uma possível catástrofe metafórica, ou não.
(Museu José Malhoa, Janeiro 2016) !



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