segunda-feira, 4 de março de 2013

Best pen ever !

The four colour pen is so fun, i think we all use to had one when we were younger.
Finish the third illustration hope to finish another one tomorrow, this one came so sick!
Hope to show all ten soon!


2 comentários:

  1. Vamos partir destas duas premissas:
    Desenho acabado é desenho aplicado.
    Desenho inacabado é desenho experimentado.

    Existe nos desenhos em cadernos uma espécie de ADN próprio que leva a que, o que lá resulta, não seja directamente comparável com outros desenhos noutros suportes. Será talvez, uma espécie em particular.

    Uma destas características nasce, concretamente, em quem usa cadernos para desenhar e que, de uma forma geral e comum, assume o caderno como um local descomprometido para com resultados finais. Ou seja, apropriando-me do próprio termo inglês "sketchbook" (traduzindo à letra: caderno de esboços) será difícil libertar o desenho que lá resulta desta característica de esboço. O próprio étimo grego "schedios" significa “aquilo que é temporário”. Assim, entendemos que por temporário seja um certo fenómeno que existe para um prazo (temporal, espacial, material, ideológico…) mínimo aceitável, e que dele resultará um outro fenómeno muito mais abrangente dessas condições.

    Se de uma forma ontológica, o caderno é um suporte para coisas “a prazo” então, o que estará presente com mais naturalidade será esse carácter de desenho inacabado.

    O desenho inacabado é um desenho experimentado pelo princípio de que, se não nos interessa ver no desenho do caderno uma finalidade (aplicação) mas sim apenas a experiência pontual, então queremos que ela resulte como um espaço aberto, direccionado é certo, mas indefinido na sua aplicação. Queremos ter e fazer aquela experiência, mas desde que ela nos dê o mínimo desejável, avançamos para a seguinte e assim sucessivamente em todas as páginas do caderno.
    Portanto, a falta de paciência (ocasional ou recorrente) é um sintoma de que o desenho em cadernos apenas admite a experiência mínima necessária para a obtenção daquela experiência em concreto. Tudo o que vá para além dessa experiência mínima resultará num esforço (gradual, ou exponencial… não sei bem) de acabamento (territoralizar, cercar, fechar, contornar…) que dará ao desenho um sentido aplicativo.

    O desenho “acabado” é uma tese (fim de percurso, inicio de outro, meta atingida, um livro). O desenho “inacabado” coloca as hipóteses (abre caminhos, eleva-nos para outros horizontes, um caderno)

    Concluindo: ainda bem que sentes a falta de paciência quando desenhas nos cadernos.

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  2. Antes de tudo obrigado pela explicações! Acho que nunca olhei para nenhum trabalho meu e disse "isto está acabado" aliás muito raramente pego num trabalho que comecei no dia anterior ( por isso é que gosto de pintar telas em 5 ou 6 horas )e para mim este lema é "sagrado" quando se assine não se mexe mais, mas não quero assim dizer que esta acabado mas sim a minha necessidade de me expressar. Acho que se valoriza demasiado esses "trabalhos acabados" (que não existem).
    Espero que se algum dia alguém quiser conhecer pelos meus trabalhos o que sou, pegue nos meus sketchs e desvalorize o resto das coisas, pinto nas telas pura e simplesmente pelo suporte e pela tinta, não porque fica bem numa parede ou numa estante de uma galeria.
    Resumindo: ainda bem que sinto falta de paciência quando me exprimo.

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