Juntamente com as palpebras as janelas vão-se, uma atrás da outra, abrindo e acomulando.
São tantas que já só apresentam o pequeno logo do espaço que armazenam o seu conteúdo,
perdido no meio de publicidades e de outras janelas que posso ou não escolher abrir.
São muitas mas espera,
espera pois preciso delas,
não sei se é hoje,
nem um dia,
mas agora preciso delas,
abertas,
aqui,
neste sítio que não encomoda ninguém tal como a minha ansiedade,
esta que não se mostra a muita gente,
mas que uns mais outros menos se apodera,
tal como estas janelas que ocupam esta janela incadescente e tão sedutora,
esta que se abre todos os dias para me dar coisas novas e novas coisas
coisas preciosas para o meu dia a dia,
coisas menos preciosas mas quem não gosta de arroz,
coisas que ocupam o meu tempo e esta minha ansiedade,
ou melhor dizendo,
coisas que ocupam o meu tempo que passa por mim ansioso,
ansioso de passar,
rápido e sem me dar muita conversa,
mas eu não sou parvo ouve lá!
pensas que não corro rápido?
corro tão rápido como abro janelas,
e estas
estas vão-se abrindo tendo eu ou não pernas para correr,
porque eu preciso de pernas para correr,
elas,
elas só precisam da minha ansiedade e esta não se cansa !