Bem, na verdade, se assim a queres mesmo saber,
não há explicação nenhuma.
Se ta dei, em algum momento, foi porque ma pediste.
Na verdade não tem mal nenhum pedires-ma,
tem eu dar-ta,
porque esta não existe,
e eu sei disso
mas sou cobarde para te dizer isso na cara,
para te dizer:
tudo aquilo que faço, aquilo que me faz fazer-me aos poucos, não é mais nada do que isso mesmo,
palavras,
palavras,
larvas,
vãs,
que servem para desvendar ainda mais a minha cobardia de não ser capaz de dizer apenas:
não há nada a dizer,
apenas há, e virão, coisas.
As palavras são aquilo que são,
eu não sou mas vou fazendo-me,
não falando.